terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

DAIMOKU É A SOLUÇÃO


DAIMOKU É A SOLUÇÃO


Faça e conquiste uma vida plena

Daimoku é a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Recitamos Daimoku para dar expressão concreta à Lei Mística por meio de nossa conduta. Nossas ações revelam a Lei para todos aqueles ao redor. Essa é a prática do Chakubuku — consequência natural da prática budista correta.

Praticamos corretamente quando o Nam-myoho-rengue-kyo se torna o eixo de nossa vida. Quando recitado com a “fé” correta, conforme o Sutra de Lótus ensina, nosso coração se torna uma fonte de ilimitada vitalidade. Nesta matéria, conheça a relação do Daimoku com a voz do Buda, e por que entender isso é importante para que o Daimoku se torne a solução para conquistar uma vida plena.





O escritor francês André Malraux dialogou com o presidente Ikeda em maio de 1975, em Paris

Daimoku. A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo desperta a iluminação na vida das pessoas por meio de uma relação direta com a Lei Mística


Diálogo. O presidente da SGI encontrou-se com Yehudi Menuhin, maior violonista do século 20, no prédio do Seikyo Shimbun, em abril de 1992

Som da paz. Em destaque, membros da África, junto com jovens de diversos países, recitam Daimoku

O presidente Ikeda e a Sra. Kaneko recitam Daimoku no Centro Memorial aos Mestres, em Tóquio, no dia 2 de outubro de 2010

A ave e o ovo


No escrito “Carta a Niike”, o Buda Nitiren Daishonin explica sobre o significado da recitação do Daimoku por meio da analogia da ave e do ovo. Ele compara a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo com o “calor do corpo da ave”.

O ovo de um pássaro possui apenas líquido em seu interior, mas, quando aquecido pelo corpo da ave, dele se desenvolve o bico, os olhos e as penas. Com o tempo, o filhote rompe a casca e sai para voar pelo céu como sua mãe.

O líquido que o ovo contém representa o potencial do estado de Buda latente em todos seres vivos. O pássaro-mãe representa o Buda que conduz as pessoas à iluminação.

O Sutra do Nirvana afirma que todas as pessoas estão envolvidas pela casca da ignorância, faltando-lhes o bico da sabedoria. O Buda volta a este mundo assim como o pássaro-mãe retorna ao ninho e quebra a casca para que todas as pessoas, tais como aqueles filhotes, deixem seu ninho para voar pelos céus da iluminação” (END, v. 4, p. 281).

O poder da voz do Buda


O “calor do corpo da ave” capaz de conduzir as pessoas pelo caminho da iluminação é a voz do Buda. Ela possui o poder de ativar a fonte da energia vital na vida daqueles que a escutam.
Para ilustrar, existe a história do terrível ladrão Angulimala que mudou completamente seu modo de vida simplesmente por ouvir a voz do Buda Sakyamuni.

O famoso bandido recebeu esse nome devido a seu caráter cruel. Em sânscrito, “Anguli” significa dedo e “mala”, colar. Ele matou muitas pessoas e fazia um colar com os dedos de suas vítimas, mantendo-os pendurados em seu pescoço. Ao se encontrar com Angulimala, Sakyamuni disse: “Venha conosco”. Essa única frase pronunciada pelo Buda causou uma grande mudança em seu coração, e, como consequência disso, ele se tornou seu discípulo.

Como discípulo, Angulimala passou a coletar oferecimentos como parte de sua prática budista. Porém, devido a seus atos passados, as pessoas que ainda guardavam rancor jogavam lama e pedras nele e rasgavam seu manto. Ele terminava a coleta e ia ao encontro de Sakyamuni coberto de sangue.

Mesmo sendo devido ao carma negativo que o próprio Angulimala criou, era muito doloroso para o Buda ver seu discípulo, que havia transformado verdadeiramente seu coração, receber tal tratamento. Sakyamuni sofria como se ele próprio tivesse sido ferido. Esse é o sentimento de um verdadeiro mestre.

Acima de tudo, o desejo do Buda Sakyamuni era de que seus discípulos persistissem na prática sem regredir e que avançassem no caminho que conduz ao estado de Buda. Por essa razão, ele os incentivava com profunda benevolência.

Sakyamuni encorajava Angulimala, dizendo: “Persista! Enfrente esse sofrimento com coragem! Esses ataques são os efeitos que você está recebendo de seu carma negativo pelos quais, na verdade, sofreria no inferno durante centenas e milhares de anos”.

Angulimala enfrentou seu sofrimento porque, ao ouvir Sakyamuni, sentia profundamente a benevolência do Buda. (cf. BS, ed. 1.477, 19 set. 1998, p. 4).

Ainda sobre a voz do Buda e sua relação com o Daimoku, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, comenta: “Estou certo de que, por ter tido essa maravilhosa voz, Sakyamuni inspirou profundamente as pessoas e fez reviver o espírito delas. Foi uma voz de verdade que incorporou a Lei (...)” (BS, ed. 1.334, 2 set. 1995, p. 3).

“A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo não é somente a ‘voz da fé’ das pessoas comuns; é também a ‘voz do estado de Buda’. Por essa razão, devemos sempre recitar um Daimoku ressonante, com um ritmo vibrante e vigoroso, semelhante ao galopar de um corcel” (TC, ed. 462, fev. 2007, p. 41).

“O Daimoku é o ritmo fundamental do universo, a mais reverenciada de todas as vozes” (BS, ed. 1.334, 2 set. 1995, p. 3).

Portanto, a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo é a prática que equivale à voz do Buda que desperta a iluminação na vida daquele que o recita.

A origem do Daimoku


Para compreender melhor a relação entre o Daimoku e a voz do Buda, voltemos ao início do Budismo para entender como era a prática budista.

O Buda Sakyamuni, após atingir a iluminação, dedicou-se a ensinar o caminho para que todas as pessoas também alcançassem a mesma condição que a dele.

Os ensinamentos de Sakyamuni mudavam conforme a pessoa que ele incentivava. Portanto, seus discípulos seguiam pelo caminho correto porque mantinham contato pessoal com o Buda.

Na época de Sakyamuni, o que era comum para todos na prática budista eram os três aprendizados: 1. Preceitos (Kay).
2. Meditação (Jyo).
3. Sabedoria (E).
A prática dos Preceitos tinha a finalidade de organizar a vida cotidiana por meio da observação de preceitos.

Ao cumprir essa primeira etapa, iniciava-se a prática da Meditação. Ela tinha como propósito encontrar a iluminação em si mesmo.

Na terceira etapa, chegava-se ao objetivo: manifestar a sabedoria iluminada no dia a dia. Por meio dessa prática, as pessoas, além de buscar a própria iluminação, reconheciam nos outros o mesmo potencial iluminado.

Quando Sakyamuni ainda estava vivo, devido a seus incentivos, as pessoas conseguiam observar e seguir os preceitos e a meditação para se iluminar. Entretanto, após a sua morte, não conseguiam mais alcançar a sabedoria. Isso ocorreu porque, com o decorrer dos anos, passaram a adorar o Buda como uma entidade divina e se esqueceram de seu aspecto humano, o que distanciou o Budismo da vida das pessoas comuns.
A divinização de Sakyamuni resultou na desumanização do Budismo. Como não foi possível encontrar o Buda pessoalmente, o conceito de “buda transcendente” ganhou força e as pessoas acreditaram que somente Sakyamuni era iluminado e que seria impossível elas mesmas se tornarem budas. Assim nasceu a ideia de que o estado de Buda é absolutamente inatingível.

Para consolidar a ideia de que eram os únicos com autoridade para expor os ensinamentos budistas, os monges tornaram os preceitos complexos para os praticantes leigos. Eles criaram uma atmosfera misteriosa em relação aos templos e, para sustentar a imagem de intermediários, ensinavam a adoração ao Buda, tornando-o inacessível às pessoas comuns.

O desaparecimento do Budismo na Índia


Certa vez, durante um diálogo com André Malraux (1901–1976), o primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru (1889–1964), abordou a razão do desaparecimento do Budismo na Índia. “A genialidade do Buda tem a ver com o fato de ele ser um homem. O criador de um dos mais profundos sistemas de pensamento na história da humanidade, possuidor de um espírito inabalável e de uma grandiosa benevolência. Um acusador, contra a grandiosa multidão de deuses”,1 comenta. No entanto, após a morte de Sakyamuni, continua Nehru, “ele foi divinizado e se perdeu naquela multidão, que o cercou completamente”.2

O presidente Ikeda ressalta: “A partir do momento em que ‘Sakyamuni humano’ foi esquecido, o Budismo deixou de ser um ensinamento que conduz o indivíduo a estabelecer o melhor modo de vida possível. O caminho de mestre e discípulo desapareceu. Consequentemente, o Budismo entrou em decadência, tornando-se autoritário” (BS, ed. 1.477, 19 set. 1998, p. 3).

O testamento de Sakyamuni


Felizmente, Sakyamuni previu que isso ocorreria. Para que sua ausência não se tornasse um obstáculo à iluminação de todas as pessoas, em seus últimos anos ele ensinou o Sutra de Lótus — considerado o testamento para aqueles que viveriam após sua morte e o propósito de seu advento neste mundo.
No capítulo “Revelação da Vida Eterna do Buda”, do Sutra de Lótus, consta a mensagem de Sakyamuni em que ele afirma: “Após minha morte, vocês devem tomar meu mestre como seu próprio mestre, e devem avançar pelo mesmo caminho que percorri” (BS, ed. 1.477, 19 set. 1998, p. 4).

Após a morte de Sakyamuni, a Lei Mística passa a ser o mestre. Em outras palavras, o único meio para atingir o estado de Buda é obter um contato direto com a Lei e torná-la seu mestre. A Lei Mística é fonte da vida. É a própria vida universal que existe em todos os seres.

O presidente Ikeda reforça: “A Lei eterna incorporada ao Buda eterno, para a qual Sakyamuni se tornou iluminado, é a vida eterna para a qual todos os budas estão iluminados. Assim como Sakyamuni, todos os budas do passado, presente e futuro se tornaram iluminados para o Buda de kuon ganjo, fazendo deste o seu mestre. Esse é o Buda do Infinito Júbilo, o buda da liberdade absoluta de kuon ganjo, ou o Nam-myoho-rengue-kyo Nyorai. O presidente Toda declarou: Tanto a vida de Nitiren Daishonin como a nossa não têm início nem fim. Esse é o significado de kuon ganjo. Não há início nem fim. O próprio universo é uma grandiosa entidade da vida. Ele existe desde o tempo sem início como a entidade suprema da benevolência” (Ibidem).

“Na verdade, a Lei jamais existiria separada da sabedoria do Buda. (...) O Buda do tempo sem início, ou kuon ganjo, o buda que existe eternamente sem início ou fim, é a própria vida do universo. É o incessante trabalho de conduzir as pessoas à iluminação, sem nenhuma de pausa. De fato, esse buda eterno e nós próprios somos um só. Isso significa que viemos trabalhando para conduzir às pessoas à felicidade e empenhando-nos pelo Kossen-rufu desde o remoto passado, e não somente nesta existência. Essa conscientização é o âmago do capítulo ‘Revelação da Vida Eterna do Buda’”.

“Quando nosso ponto de vista se expande do presente para a totalidade do eterno universo, despertamos para a nossa profunda missão de vida”, assegura o presidente Ikeda (BS, ed. 1.491, 16 jan. 1999, p. 3).

A evolução da prática budista


Imagine como um buda praticaria o Budismo. Como seria a sua “fé”?
Recitar Daimoku com a mesma “fé” de um buda é o segredo para que a prática budista seja feita corretamente e se torne a solução para a conquista de uma vida plena.

No Sutra de Lótus consta que as pessoas do futuro teriam muitas dificuldades para adquirir e sustentar essa “fé”correta. Sakyamuni confiou a missão de estabelecer a prática budista que desperta e mantém essa “fé” ao Bodhisattva Práticas Superiores (Jogyo), apontado pelo Sutra de Lótus como o líder dos Bodhisattvas da Terra.

Além de revelar o período em que ele surgiria, o Sutra revela que, para as pessoas adotarem a Lei Mística como mestre, esse bodhisattva, por meio de sua conduta, daria expressão concreta à Lei. Ou seja, demonstraria com a própria vida o que é a “fé” correta.

Ao dar expressão à Lei Mística, ele manifestaria em sua vida a condição de máxima iluminação, chamada Buda de kuon ganjo, ou Buda Original, por incorporar em sua vida a Lei que deu origem à iluminação de todos os budas.

Nitiren Daishonin foi a pessoa que cumpriu a predição do Sutra de Lótus e estabeleceu a prática budista que desperta todas as pessoas para a iluminação por meio de uma relação direta com a Lei.

Ele expressou concretamente a Lei Mística em sua vida cotidiana e manifestou a suprema iluminação como uma pessoa comum. Assim, resgatou a visão de que buda é um ser humano que vive em harmonia com o potencial infinito da vida existente dentro de si. Ele iniciou o “Budismo do povo”, e rompeu com as visões elitistas e cerimoniosas que acorrentavam os ensinamentos budistas de seu tempo.

Caminho interior


Em seu escrito “Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência”, Nitiren Daishonin revela que a Lei Mística — o mestre de todos os budas — é a “verdade mística que sempre existiu inerentemente em todos os seres vivos”.

Essa verdade mística existe na vida dos seres vivos porque todos são manifestações da grande vida eterna do universo. Ou seja, eles são envolvidos pela grande vida universal, ao mesmo tempo em que possuem essa mesma vida dentro deles.

O biólogo Lyall Watson (1939–2008), em sua obra Fluxos de Vida,3 apresenta a ideia de que as coisas vivas sobre a terra não são entidades separadas, mas vivem em simbiose, numa matriz de inter-relações.
Jim E. Lovelock, em Gaia — Uma Nova Visão sobre a Vida na Terra,4 explora a hipótese de Gaia de que a própria terra é um gigantesco organismo vivo.

A visão unificada da natureza, do fenômeno da vida, também foi defendida pelo poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832). “Inevitavelmente chegará o tempo em que o pensamento atômico e mecanicista será colocado fora das mentes de todas as pessoas de sabedoria, e em seu lugar a dinâmica e a química serão vistas em todos os fenômenos. Quando isso acontecer, a divindade da natureza viva será descoberta diante de nossos olhos muito mais claramente”,5 escreveu Goethe.

O presidente Ikeda explica: “Há um ponto que distingue totalmente o Budismo do pensamento e da religião predominantes até então: o Budismo revelou na própria vida do indivíduo a ‘Lei Mística’ ou o poder interior ilimitado para solucionar todos os sofrimentos no nível fundamental. O Buda é aquele que, com base nessa Lei, obteve a suprema sabedoria para acabar com o sofrimento e edificar a felicidade inabalável. O Budismo é um ensinamento de humanismo insuperável que acredita no potencial ilimitado do ser humano. Por isso é chamado ‘caminho interior’”.

Nome apropriado da Lei Mística


Como primeiro passo para despertar as pessoas para o potencial ilimitado da vida que existe dentro delas, Nitiren Daishonin deu nome à “Verdade Mística”. No início, ela não tinha nome, mas, como ele explica em “A Entidade da Lei Mística”, “um sábio que despertou para essa verdade em sua própria vida deu-lhe o nome mais apropriado” (cf. WND, p. 421).

O presidente Ikeda esclarece: “Designar ou nomear algo é um processo criativo. Quando se estabelece um nome que compreende perfeitamente a essência de algo, obtém-se um resultado extraordinário: colocar essa essência facilmente à disposição de todas as pessoas lhes permite compartilhar seu valor”.

Em “Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência”, como indicado pela passagem “A verdade mística que sempre existiu inerentemente em todos os seres vivos é Myoho-rengue-kyo”, Daishonin afirma claramente que essa verdade mística que constitui a Lei fundamental do Universo não é outra senão Myoho-rengue-kyo. A expressão “Myoho-rengue-kyo” já existia antes, pois era o título do Sutra de Lótus. Porém, Daishonin foi o primeiro a identificar Myoho-rengue-kyo como o nome do princípio “Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos”, que, conforme o Sutra de Lótus ensina, é a profunda sabedoria de todos os budas.

Nitiren Daishonin assegura no escrito “A Entidade da Lei Mística”: “O princípio supremo não tinha originalmente um nome. Quando o sábio percebeu a misteriosa Lei (Myoho), que se embasava na simultaneidade de causa e efeito (Rengue), denominou-o Myoho-rengue. Essa Lei única que é Myoho-rengue abarca dentro de si todos os fenômenos que compreendem os Dez Estados de Vida e os três mil mundos, sem carecer de nenhum deles (Kyo). Todos aqueles que praticarem essa Lei obterão simultaneamente a causa e o efeito do estado de Buda” (Explanação do escrito “Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência”, p. 30).

O significado de Nam


A “fé” correta é essencial para alcançar a sabedoria. Ela é o ponto central da prá­tica budista. Para mostrar o caminho da iluminação por meio da “fé”, Daishonin viveu como praticante do Sutra de Lótus e enfrentou todos os tipos de adversidades e perseguições. Ele superou e dissipou a escuridão fundamental e manifestou a natureza de Buda inerente em sua vida.

Daishonin manifestou uma firme e resoluta “fé” lendo o Sutra de Lótus com a própria vida e aplicando todos os seus ensinamentos. Por meio do comportamento diário, demonstrou sua “fé” e a materializou no Nam-myoho-rengue-kyo.

“Nam”, de Nam-myoho-rengue-kyo, é um dos significados dessa “fé”; é devotar-se à Lei Mística e acreditar nela com a própria vida.
Quando manifestamos essa “fé” inabalável, dissipamos a escuridão fundamental que causa o sofrimento e manifestamos a força da Lei Mística. Ou seja, evidenciamos nossa natureza de Buda. Essa condição iluminada é o próprio Nam-myoho-rengue-kyo. A “fé” é a verdadeira causa para manifestar a iluminação; e a iluminação, o verdadeiro efeito.

“Como Myoho-rengue-kyo é a Lei inerente à vida, para a qual o Buda se iluminou, recitar Daimoku constitui a prática infalível para atingirmos a iluminação. Por isso, Daishonin afirma: ‘Infalivelmente atingirá o estado de Buda nesta existência’”, esclarece o líder da SGI.

Nitiren Daishonin escreveu: “Quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, com este simples som, reunimos e manifestamos a natureza de Buda de todos os budas... e de todos os seres vivos. Esse benefício é imensurável e ilimitado” (WND, v. VI, p. 207).

O mundialmente famoso violinista sir Yehudi Menuhin elogiou o som do Daimoku num diálogo com o presidente Ikeda. O líder da SGI relembra: “Menuhin ficou impressionado com o belo som do Nam-myoho-rengue-kyo ao ouvi-lo pela primeira vez. Ele sempre o repetia. (...) Durante o nosso encontro, ele disse que o ritmo do Daimoku é realmente agradável e ressoa de imediato na língua. Em 1999, um mês antes de falecer, ele escreveu uma carta a um amigo, membro da SGI-França, na qual elogiava o fato de orarmos. O capítulo final da vida de um dos maiores músicos do século 20 abriu-se no cenário do som da Lei Mística” (BS, ed. 1.902, 4 ago. 2007, p. A3).

“Fé” firme e absoluta


Para alcançar a iluminação, somente a recitação do Daimoku é necessária? O presidente Ikeda responde: “Embora brademos que a recitação da Lei Mística é o caminho mais natural, não significa que não precisamos fazer nenhum esforço. Como acontece com qualquer caminho, para que as pessoas possam usá-lo, é necessário, antes, abrir uma passagem, remover obstruções e assentar uma trilha livre e transitável. Da mesma forma, o caminho da recitação do Daimoku requer empenho para manter a convicção de que o Myoho-rengue-kyo existe em nosso interior e para vencer a escuridão fundamental inerente em nós.

“Quando adquirimos ‘fé’ nos cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo, transformamos positivamente os ciclos do negativismo, da ilusão e do sofrimento que repetimos ao longo da vida em decorrência de nossa escuridão e ignorância inatas, e gravamos nas profundezas de nosso ser a causa para manifestar o estado de Buda nesta existência.

“Nesse caso, a ‘fé’ é a causa, e a manifestação do estado de Buda, o efeito. Portanto, gravar a causa para a iluminação significa vencer a escuridão inata, a origem dos males e sofrimentos, por meio da ‘fé’ e estabelecer em nossa vida o ritmo vibrante e ativo do Myoho-rengue-kyo, a verdade mística inerente. O estado de Buda é uma condição em perfeita sintonia com esse ritmo do Myoho-rengue-kyo.

“Por meio da recitação do Daimoku, a causa para atingir o estado de Buda, superamos o negativismo que existe em nossa vida. Quando desenvolvemos uma ‘fé’ realmente forte, inabalável ante qualquer ataque da escuridão fundamental ou das funções da maldade, a causa para atingir o estado de Buda se estabelece firmemente no âmago de nosso ser.

“A ‘fé’, portanto, é absolutamente essencial. Por isso, Daishonin ressalta a importância de ter uma ‘profunda ‘fé’’ no princípio de que nossa vida é a entidade da Lei Mística. Por exemplo, ele diz: ‘Deve ter a profunda ‘fé’’ e ‘Manifeste uma profunda ‘fé’’. E nos ensina que aprofundar a ‘fé’ ou a convicção é o magnificente caminho para manifestar a iluminação.

“A chave para nossa iluminação como pessoas comuns depende da profundidade de nossa ‘fé’ nessa verdade — ou seja, ao manifestarmos a Lei Mística inerente em nossa vida, podemos seguramente atingir o estado de Buda”.

Então, o que torna a recitação do Daimoku eficiente? É a recitação do Daimoku com uma ‘fé’ firme e absoluta capaz de romper a escuridão fundamental e triunfar sobre as funções maléficas.

O que é a “fé” correta?


A “fé” correta capaz de manifestar a iluminação é a “fé” firme e absoluta mantida pelos Bodhisattvas da Terra.

Em “O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos”, Daishonin assegura: “Se não fossem Bodhisattvas da Terra, eles não seriam capazes de recitar Daimoku” (END, v. 5, p. 252). Isso indica que a “fé” correta é aquela que incorpora o elevado senso de missão de manifestar o potencial vital na própria vida e de dedicar-se para garantir que as outras pessoas façam o mesmo.

O presidente Ikeda explica o que é o Daimoku dos Bodhisattvas da Terra: “O verdadeiro significado do Daimoku recitado pelos Bodhisattvas da Terra se encontra não só na realização de sua prática pessoal­, mas em ensinar outros a fazer o mesmo (Chakubuku). Ou seja, no empenho na prática para si (individual) e na prática para os outros (altruística)” (TC, ed. 467, jul. 2007, p. 42).

“Recitar Daimoku, e ensinar os outros a fazer o mesmo, é a ‘fé profunda, uma forte crença na existência da natureza de Buda em nossa vida e na das demais pessoas”.

Qual é a postura correta ao recitar Daimoku?


O presidente Ikeda esclarece: “É importante também que recitemos com um coração honesto e aberto, tal como somos. Todos nós enfrentamos momentos de preocupação, tristeza ou angústia. Quando isso ocorrer, podemos nos sentir livres para ir direto ao Gohonzon com o nosso sofrimento e orar por ele de todo coração, como uma criança busca o caloroso abraço de sua mãe”.

“Meu mestre e segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, disse muitas vezes que não há necessidade de cerimônias quando oramos por nossos problemas, precisamos apenas orar sinceramente ao Gohonzon, realmente considerando o que está em nosso coração. A recitação, disse ele, é a prática de manifestar o mesmo estado de vida de Daishonin dentro de nós mesmos, por isso devemos orar com o espírito dotado do estado de vida de Nitiren Daishonin.

“Por exemplo, se fizemos algo que lamentamos, oramos com a determinação de nunca mais repetirmos o mesmo erro, tornando nosso Daimoku o primeiro passo em direção a um futuro novo e melhor. Quando enfrentamos um desafio decisivo, oramos forte e corajosamente com firme determinação de vencer. Quando lutamos contra os Três Obstáculos e as Quatro Maldades, oramos com o coração de um rei leão, cheio de confiança de que venceremos essas funções negativas. Quando confrontamos a oportunidade de transformar nosso carma, podemos infundir em nosso Daimoku uma inabalável determinação de não ser derrotado. Quando estamos felizes, oramos com um profundo espírito de gratidão. O que importa é que continuemos recitando Nam-myoho-rengue-kyo em todos os momentos, ‘considerando tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida’, tal como Daishonin ensina” (cf. END, v. III, p. 199).

Conclusão


Para que o Daimoku seja a solução para que você conquiste uma vida plena, é necessário recitá-lo com uma “fé” firme e correta. Essa é a “fé” dos Bodhisattvas da Terra que têm como missão recitar Nam-myoho-rengue-kyo e ensinar os outros a fazer o mesmo [Chakubuku]. O mais importante sobre o Daimoku é conseguir recitá-lo em todos os momentos, alegres ou tristes.
Quando realizado com a mesma “fé” de um buda, o som que ouvimos é a voz do Buda que nos incentiva a viver pela missão e desperta em nós a suprema condição de vida do Buda de kuon ganjo, o mestre de todos os budas e a fonte da vida universal.




1. MALRAUX, André. Anti-memoirs [Antimemórias]. Tradução de Terence Kilmartin. Nova York: Holt, Rinehart e Winston, 1968. p. 228.
2. Ibidem.
3. WATSON, Lyall. Lifetide — The Byology of the Unconscious [Fluxo de Vida — A Biologia do Inconsciente]. Nova York: Simon and Schuster, 1979.
4. LOVELOCK, Jim E. Gaia — A New Look at Life on Earth [Gaia — Uma Nova Visão da Vida sobre a Terra]. Londres: Oxford University Press, 1987.
5. Extraído de um diário de Goethe de 1812. Traduzido do japonês por Ludwig von Bertaanffy. Seimei [Vida]. Tradução de Kei Nagano e Mamoru Iijima. Tóquio: Misuzu Shobo, 1974. p. 59.



Edição 533 - Publicado em 26/Janeiro/2013 - Página 20

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